segunda-feira, 21 de março de 2016

Minha mãe abriu esse blog quando eu tinha 7 anos (2011), agora eu tenho 12 e vou administrar.

Vou trazer vídeos sobre bike, surf e muitas outras coisas legais.

Espero que vocês gostem!!!



sábado, 23 de março de 2013

Pedalando com crianças em SP: as dificuldades e as recompensas


Indo pra escola no primeiro dia de aula.

No início do ano mudamos pra perto da ciclovia. O apartamento é bem menor do que a casa que morávamos, mas a idéia é usar a cidade como quintal, e a ciclovia como via de deslocamento.
Desde então passei a levar meu filho duas vezes por semana na escola de bicicleta.
São 7 km de distância. Vamos pela ciclovia, atravessamos a ponte e depois seguimos pela calçada.

Pra atravessar a ponte, meu filho quer morrer de vergonha. Coloco a bicicleta no meio da pista até que todos os carros parem e sinalizo para que ele atravesse em segurança. Vou fazendo sua escolta até conseguirmos. Sim, é uma gincana mesmo.

Vídeo sobre a dificuldade de atravessar as ruas,
principalmente pra acessar as pontes em SP.

Depois os problemas são os carros e caminhões estacionados nas calçadas, que as vezes nos obrigam a usar a rua. Outra gincana.

A ciclovia ainda não foi sinalizada e tem muitos defeitos na sua execução, como os rebaixamentos das guias em lugares errados, fazendo com que o ciclista tenha que pegar a pista da esquerda da rua pra conseguir atravessar. Tudo pra caber mais um carro aguardando o semáforo abrir. Os carros invadem a faixa de segurança, não deixando espaço para uma travessia segura. Outra parte crítica do trajeto.

Carros aguardam o sinal invadindo a faixa de segurança,
dificultando a travessia de pedestres e ciclistas



As recompensas?

"Mãe, acho que essa árvore cresceu, você não bate mais o capacete no galho quando passamos aqui..."
"Mãe, imagina se esse rio fosse limpo? A cidade ia ser de outro jeito, né?"
Ou as paradas que fazemos pra comer um lanchinho na volta pra casa.
Momentos de troca como esse fazem do nosso deslocamento a parte mais divertida do nosso dia.
Mas confesso que não é uma tarefa fácil.

Dia de chuva.

Comendo ameixa na volta da escola.


Desde o atropelamento da Julie, em março de 2012, meu filho me pergunta TODOS OS DIAS onde eu vou, que horas eu volto e que caminho eu vou fazer. E ai de mim se não atendo o celular. Motivo de desespero. Outro dia ele me disse que estava super angustiado e não me falava o motivo. Perguntei: "Filho, você está com medo que a mamãe seja atropelada no caminho?". " É isso, mãe!" Respondeu ele, aliviado.
Desde domingo, 10 de março, quando David dos Santos foi atropelado na Av.Paulista, ele não quis mais ir de bicicleta pra escola. Vai na minha garupa, agarrado em mim, até metade do caminho, onde pega uma carona com a mãe de dois amigos.

Com medo de andar de bicicleta, agora vai na minha garupa
até a metade do caminho, onde pega uma carona.


Compreensível. Imagino o que se passa pela cabeça de uma criança de nove anos, diante desses acontecimentos.

Tento explicar pra ele que nada vai me acontecer, mas como dar essa garantia? Pedalando pela Av.Paulista, onde os ônibus ( principalmente os da linha verde 917H) nos pressionam, mesmo olhando nos olhos dos motoristas e sinalizando que no próximo quarteirão vamos sair da frente? Pedalando numa ciclovia onde a avenida permite 60km/h como velocidade máxima para os carros? Não, infelizmente não tenho como garantir.

Espero que essa conversa com nosso prefeito tenha rendido bons frutos, que esse plano das zonas 30 funcione, que a lei seca seja realmente aplicada e que a cidade comece uma grande transformação, para que todos nós consigamos transitar com segurança, cada um no veículo que escolheu.

E que um objeto tão prazeroso, tão sustentável e tão transformador, parte da solução para os problemas das grandes ( e pequenas) cidades, não seja a causa de tanta preocupação e tanta tragédia.





quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Pedalando pela Paulista com o mini-cidadão

A noite estava linda e eu resolvi fazer um passeio com meu filho de bicicleta.

Pensei em ir ao Parque Villa-Lobos, perto da minha casa, mas o parque já estava fechado ( sim, ele fecha as 18 hs no inverno).

Já estive lá conversando com alguém da administração e ouvi exatamente o que esperava: não tem iluminação nem segurança suficientes. Vi que não adiantava argumentar e saí frustrada.

Pensei no Ibirapuera, mas é longe. Em noites de verão já fui até lá, eu na minha bicicleta e ele na dele, mas demoramos um tempão pra chegar e confesso que foi bem cansativo, mesmo sendo muito divertido.

Voltamos de metrô, mas tivemos que compartilhar uma parte da rua com os carros e não me senti muito segura.

Então dessa vez esperei as 20:00 e subimos ate o metrô pra entrarmos no horário permitido para bicicletas ( 20:30). Optei em não levá-lo na bicicleta dele por não me sentir segura na hora de atravessarmos ou compartilharmos algumas vias na volta pra casa.













domingo, 24 de junho de 2012

Como ser um mini-ciclista na cidade feita pra carros.

Pedalar com uma criança em São Paulo não é tarefa fácil.
Ninguém disse que seria. Né?
Hoje escolhemos o minhocão como nosso destino final.
Para isso percorremos um longo trajeto ( que não seria tão longo se conseguíssemos pequenas modificações na cidade) até chegarmos no metrô.
Primeiro obstáculo: a escadaria da praça.
Caso não fizéssemos essa opção, teríamos que pegar uma subida com calçadas estreitas e esburacadas.
Então fiz um revezamento: carregava a minha bike e depois a do meu filho.


Subimos um pouco mais até chegar numa rua bem movimentada, em que fomos pedalando. Eu pela rua, ele pela calçada. O problema é que em todos os cruzamentos ele tinha que descer da bike pra atravessar. Em nenhum tinha guia rebaixada.

Alguns motoristas são mais gentis quando percebem que há uma mãe com uma criança tentando fazer um malabarismo desses pra atravessar a cidade, então muitos pararam pra pudéssemos atravessar com segurança.

Chegando perto do metrô, uma boa surpresa:

Não sei o que significa, mas na dúvida fomos por lá...
Segundo o jornaleiro, quem colocou foi um morador de um prédio da rua. Eu já queria pintar umas bicicletinhas no chão pra ver se isso funciona como uma ciclofaixa...

No metrô eu confundi: achei que as bicicletas eram permitidas na descida das escadas rolantes e na verdade são na subida... O Gabriel bravamente desceu segurando sua bike atrás de mim, e foi tudo bem.

Quando chegamos lá embaixo ele pediu ajuda a um funcionário do metrô, que prontamente se dispôs a colaborar. Aí me contou que também era ciclista! E me explicou, como ciclista e funcionário do metrô, porque a bicicleta só é liberada nas escadas rolantes na subida: " se a escada trava e para, o risco de acidente é menor. Na descida encavala tudo".


Depois perguntou se precisaríamos de ajuda na próxima estação. Nos deu o mapinha do metrô. O Gabriel adorou!

"Na linha amarela é tranquilo", ele disse. "Tem esteira rolante."

Mas a esteira vai até um certo ponto, depois tem uma escada, e não dá pra pegar a fixa porque tem um elástico no corredor, que não te deixa passar pro outro lado. Então, fomos praticamente obrigados a descer a escada rolante de novo...



Fomos até a República pela linha amarela.

Descendo na República perdemos o metrô para a Marechal Deodoro, porque fomos pro lado errado. Custa ter uma sinalização explicando em qual lado é o vagão de bicicletas?
Uma hora e meia depois estávamos chegando no destino final.

Fazendo o revezamento. Uma bike espera a outra.

Depois de termos perdido o metrô porque erramos o lado do vagão.
O fato é que se tivessem alguns pequenos detalhes que funcionassem na nossa cidade, nós poderíamos ter economizado metade do tempo.
Rebaixamento de guia em todas as calçadas, uma boa sinalização e canaletas nas escadarias do metrô por exemplo. Detalhes que não custam caro, mas que fazem toda a diferença.














terça-feira, 5 de junho de 2012

1,5m

Gabriel indo pra escola de carona com os amigos e uma manifestação dos estudantes da USP ocupava as ruas do bairro.
O trânsito ficou parado por um tempo, quando o Gabriel falou:
- Sacanagem, minha mae nem avisou a gente sobre essa manifestação
- Mas ela nao devia saber - disse a mae do amigo
- Ela sabe sim, ela sabe de todas as manifestações.
E o amigo:
- O que é uma manifestação?
- Ah! é assim quando a gente sai na rua pedindo 1,5m. sabe?

bike party

Gabriel na bike party.






Filho, vamos enfeitar a bike pra "bike party"?
e cinco minutos depois, surge o mini-cicloativista:
-mãe, o meu cartaz tá pronto!




quinta-feira, 24 de maio de 2012

volta da escola de bike

hoje minha mae foi me buscar de bike na escola.
a genti pasou na marginal mas nao pedalamos na ciclovia porque ja estava fechada.